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OFICINA LIVRE CINEMA VIVO. AQUILO QUE NÃO HAVIA, ACONTECIA

“Era mentira por ser verdade…

Nosso pai não apareceu.

Subia e descia o rio, longe,

no não-encontrável. Nosso pai…

Ele não tinha ido a nenhuma parte.

A estranheza dessa verdade

deu para estarrecer a gente.

Aquilo que não havia, acontecia”

João Guimarães Rosa

(Extração livre da “Terceira margem do Rio”, in Primeiras estórias) 

  1. INFORMAÇÕES DO CURSO LIVRE

OFICINA LIVRE: Cinema Vivo. Aquilo que não havia, acontecia.

SEMESTRE LETIVO: 2016.2

PROFESSOR: Dr. Ivair Coelho Lisboa

VALOR: RS: 520,00

*ESTUDANTES DE QUALQUER INSTITUIÇÃO TÊM 30% DE DESCONTO. APRESENTAR COMPROVANTE NO ATO DA MATRÍCULA NA SECRETARIA

CARGA HORÁRIA: 15h
Aulas: 29/11, 6,13,15 e 20 de Dezembro – 18h30 às 21h30

Dados Bancários para Depósito/Transferência:

Banco do Brasil / Ag 2865-7 – C/C 40.8757-7 – Instituto Brasileiro de Audiovisual

CNPJ: 02.605.336/0001-03 – Importante: Enviar comprovante para o e-mail da Secretaria confirmando a inscrição. E-mail: [email protected]

Pagamentos também podem ser feitos diretamente na Secretaria Escolar.
Parcelamento no cartão em até 2x. 

  1. EMENTA:

Cinema vivo é a experimentação da imagem-pensamento a partir da terra, da intempestividade que não se deixa prender à história ou ao antropomórfico. A imagem é a pele, a superfície que sem obrigação de forma ou dimensão nos conduz ao sentido do que está fora ou às fronteiras do não-sense. Pensamento.

Apesar da insistente impotência que nos assedia e que nos quer tomar com fracas narrativas e clichês, é a arte que arrastada por linhas de vida, entre o humano e o inumano, nos leva em viagens, talvez até com a droga e os riscos da loucura, que atravessam horizontes e se destinam a terras ou paisagens desconhecidas, paisagens lunares. O cinema é a máquina-cristal-abstrata que nos faz sobrevoar o Real que se vê reduzido a ser apenas uma pequena parte, a menos importante, dos mundos e das vidas. Ao contrário, pela arte penetramos e conhecemos as legítimas forças do Possível. 

  1. PROFESSOR:

Ivair Coelho Lisboa é doutor em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1990). Ex-professor da Faculdade de Teatro e Música da UNIRIO, ex-professor da Faculdade de Filosofia da UFRJ e atualmente é professor de Filosofia  na UERJ. Autor de artigos e livros no campo da filosofia e das artes. 

  1. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

Cinema vivo. Aquilo que não havia, acontecia

1º. Sequência – A emancipação das imagens, das formas da percepção. – A matéria do mundo penetrada pelas imagens e convertida à superfície: perceptos. – Três instantes do cinema: as imagens em confronto com a natureza; as imagens autônomas em seus planos-sequência; o cinema rivalizando com a cultura audiovisual.

2º. Sequência – As imagens-movimento e suas versões na percepção, na ação e afecção. – Além de qualquer linguagem: cinema e semiótica. – A natureza da expressão e a condição da representação. Imagens e signos. – O cinema fora dos gêneros.

3º. Sequência – Mundos descodificados impossíveis de interpretar. – A vez e a hora da experimentação (Hjelmslev, Peirce, Bazin) – A consciência e a linguagem estão sempre atrasados, “tarde demais”, ou marcam acontecimentos que não chegam nunca, “ainda não”. – Traços estéticos independentes, intensivos, assignificantes, assubjetivos. – Planos de consistência e rostidade.

4º. Sequência – Os mistos do cinema, as intercessões e as superposições entre as artes. – Não ao cinema de autor: o cinema de obra. – Além das belas artes.

5º. Sequência – O cinema narrativo clássico e os primeiros expressionismos.
– O Acontecimento.
– A montagem e o todo.
– O plano-sequência como unidade do movimento.
– O enquadramento, desenquadramento e os cortes móveis.

6º. Sequência – O close, a rostidade e a desrostificação ( Van Gogh, Eisenstein, Griffith, Herzog, etc.). – O rosto e a paisagem, o corpo e a cabeça. Joana D’ Arc.

7º. Sequência – O Tempo como potência da rostidade. – Máquinas abstratas e os destinos inumanos da imagem – Da imagem-ação ao imperceptível. – Imagens molares e moleculares (Ford, Antonioni, Visconti, Glauber, Rui Guerra)

8º. Sequência – O tempo e os cristais do tempo. – O espaço-tempo: das formas aos blocos de sensação. – O cinema de ação e o cinema de vidente. – Imagens puras. – Not to end.